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Conta de luz poderá variar com o horário do consumo
Aneel estuda reestruturação do sistema de tarifas de energia elétrica do País.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estuda uma ampla reestruturação  do sistema de tarifas de energia elétrica do País. Uma das ideias é estimular,  pelo bolso, a mudança de hábitos do consumidor visando ao uso mais eficiente da  energia. A agência analisa a hipótese de fazer com que as distribuidoras cobrem  dos clientes residenciais tarifas diferenciadas, de acordo com o horário, como  ocorre com a telefonia. Isso hoje não é possível pelo modo como funciona o  setor, em que as tarifas da baixa tensão (residências e pequenos comércios) são  unificadas dentro de área de cada empresa.
A Aneel estuda a  possibilidade de a energia gasta em um banho, por exemplo, ser mais barata se o  consumidor ligar o chuveiro fora do horário de pico: entre o fim da tarde e o  começo da noite, quando a maioria das pessoas chega em casa do trabalho. "Hoje o  gerenciamento de demanda na chamada baixa tensão não existe. E nós vemos isso  como algo desejável. Porque os consumidores sempre respondem ao sinal do preço -  e eles devem ter essa oportunidade", disse à Agência Estado a diretora da Aneel  Joísa Campanher Dutra. 
A distinção de tarifas motivaria um uso  mais eficiente e econômico da energia, reduzindo a necessidade de novas usinas.  Ao longo do dia, o consumo residencial é praticamente linear, com exceção do  pico entre as 18 horas e as 21h e de uma ligeira elevação entre as 6h30 e as 7h,  quando muita gente toma banho antes de ir trabalhar. Do ponto de vista legal, a  adaptação para tarifas flexíveis pode ser feita pela própria Aneel. Mas ainda  não há prazo. A agência, aliás, já está há cerca de dois anos realizando estudos  para tentar rearranjar a estrutura tarifária das distribuidoras, que inclui,  além das residências, os clientes de alta tensão, como as  indústrias.
"Todo esse debate terá ainda de ser submetido a uma  audiência pública, que não tem data para ser feita. Até porque não temos uma  proposta fechada. Estamos na fase de diagnóstico do problema", disse Joísa. A  Aneel chegou a promover um seminário internacional no mês passado.
