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Projeto pode substituir as sacolas plásticas no comércio
A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, irá realizar nesta terça-feira (7), uma audiência pública para debater o Projeto de Lei 612/07, do deputado Flávio Bezerra (PMDB-CE), que propõe a substituição das sacolas plástic
Luana Cristina de Lima Magalhães
A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, irá realizar  nesta terça-feira (7), uma audiência pública para debater o Projeto de Lei  612/07, do deputado Flávio Bezerra (PMDB-CE), que propõe a substituição das sacolas plásticas distribuídas em supermercados e outros  estabelecimentos por produtos biodegradáveis.
Este projeto obriga os estabelecimentos  comerciais a substituir os plásticos comuns pelos OBPs (oxi-degradáveis). De  acordo com Bezerra, a sacola OBP se degrada naturalmente, primeiro pela oxidação  gerada por luz e calor e depois pela ação de micro-organismos. Seus resíduos  finais não são tóxicos.
Segundo o deputado, a produção de plástico  cresceu 20 vezes nos últimos 50 anos e quase todo esse material acaba  inutilizado como lixo. Em 2004, foram produzidas mais de 2,1 milhões de  toneladas de resíduos plásticos, das quais apenas 360 mil foram  recicladas.
"A sacola convencional pode demorar até 400 anos para se  decompor, enquanto que a biodegradável desaparece em 18 meses; assim, essa  substituição é de suma importância, pois os plásticos convencionais contaminam  os mares, os rios e os animais, provocando desiquilíbrio ambiental e agravando  as enchentes e o efeito estufa".
Outras opiniões
O relator do  projeto na comissão, deputado Leandro Sampaio (PPS-RJ), concorda com o projeto.  Para ele, existe uma tendência  em todos os países em desenvolvimento de extinguir as embalagens atuais. "As  sacolas são de má qualidade e depois vão parar na rua, nos rios e entupindo os  bueiros. Isso é um absurdo", afirma.
Sampaio afirma que são necessárias  campanhas para diminuir o uso deste tipo de material. "Nos países mais  desenvolvidos, isso quase não existe mais. As pessoas vão às compras com suas  próprias sacolas, como faziam nossas avós. Isso é muito melhor para o meio  ambiente". Segundo Sampaio, o comércio gastaria menos com plásticos e poderia  dar descontos para quem levasse a sua sacola.
Já o presidente da Associação  Brasileira da Indústria do Plástico, Merheg Cachum, considera que a poluição  pelo plástico é um problema educacional: "Falta educação, principalmente para os  mais jovens. As pessoas precisam perceber o que à primeira vista parece óbvio:  não se joga lixo nas ruas".
Cachum informa que há investimentos não só  para produzir plástico da mandioca, mas também da cana de açúcar. Segundo ele, o  "plástico verde" pode ser obtido pelo refino do etanol, de forma semelhante ao  que se faz com o petróleo para produzir o plástico comum.
