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Novo sistema do Inmetro pode reduzir as multas no comércio
O consumidor, ao ver o selo do Inmetro em uma embalagem, sabe que aquele produto tem qualidade e é seguro.
Angela Crespo
 O consumidor, ao ver o selo do Inmetro em uma embalagem, sabe que aquele  produto tem qualidade e é seguro. Aliás, a integridade de quem está do lado de  fora do balcão  é conceito fundamental do Código de Defesa do Consumidor (CDC).  A lei estabelece obrigações e princípios de segurança que devem ser observados  por toda a cadeia fornecedora.  Alterações à vista Não estão na mira do órgão apenas os grandes e médios empresários. Os  pequenos e micros também serão chamados a participar do novo programa e  receberão explicações sobre a avaliação de conformidade. "Nossa pretensão é  chegar até o usuário do produto, é impactar toda a cadeia, fazer a   informação  circular, pelo bem de todos", diz Monteiro. O Programa de Avaliação de  Conformidade, como está formatado hoje, mapeia o  setor ou produto a serem avaliados, faz o estudo de impacto e viabilidade,  verifica se há necessidade de certificação, se é possível fazer a avaliação de  conformidade e se precisará de certificação. "O processo é caro, e dele só  participam os produtores e as entidades de classe. Agora, estará aberto a todos  os integrantes da cadeia. Pode ser micro ou pequeno empresário, comerciante e  até consumidor. E todos serão capacitados", explica Monteiro. O Inmetro define avaliação de conformidade como "uma forma sistematizada de  analisar se um produto, serviço, processo ou profissional atendem aos requisitos  existentes nas normas ou regulamentos técnicos preestabelecidos". Já requisitos  técnicos "são itens ou critérios definidos em uma norma técnica, regulamento  técnico ou outro documento de referência". Segurança é parâmetro Alguns produtos estampam o selo do Inmetro, embora isso não seja obrigatório.  É opção do produtor. Ele solicita a avaliação voluntária por acreditar que o  selo é um diferencial de qualidade, que agrega valor aos produtos. Exemplos:  colchões, berços, panelas de pressão.  A avaliação da conformidade pode ser feita ainda por meio de certificação,  declaração da conformidade pelo fornecedor, etiquetagem, inspeção e ensaio. A  escolha do mecanismo a ser usado será determinada pelo grau de risco do produto,  a velocidade de sua obsolescência tecnológica (a necessidade de substituí-lo por  novos), a facilidade do acompanhamento no mercado, o número e a dispersão  geográfica das empresas do setor, e o custo da avaliação.
O assunto faz parte do  artigo 4º do CDC, que trata da política nacional  de relações de consumo, e classifica o cliente como a parte mais fraca por não  deter informações sobre produtos ou serviços. A partir dessa vulnerabilidade,  são definidos tanto os direitos dos consumidores  como os deveres dos  fornecedores.
Para os dois lados, são importantíssimos os selos do Inmetro. Eles  asseguram que alguém  está comprando e vendendo produtos de boa qualidade e de  valor agregado. Nem todos os comerciantes conhecem em detalhes o funcionamento  dos processos de certificação. Em se tratando do cliente, esse tipo de  informação dificilmente chega até ele. E isso, o Inmetro quer mudar.
 
Para tanto, o instituto deverá colocar em prática, em breve, um novo  processo, a Implantação Assistida de Programa de Avaliação da Conformidade, no  qual pretende envolver toda a cadeia – do produtor ao consumidor, passando pelo  comerciante – antes de as normas técnicas entrarem em vigor.
"O objetivo é antecipar a informação para todos os participantes do  processo. Queremos que tanto o fabricante quanto o lojista conheçam a  regulamentação dos produtos e serviços antes de a fiscalização do Inmetro chegar  aos pontos de vendas", explica Luiz Carlos Monteiro, gerente da Divisão de  Orientação e Incentivo à Qualidade (Diviq), da Diretoria da Qualidade  (Dquale).
 
 
 
Para produtos ou serviços que colocam em risco a saúde ou a segurança dos  consumidores, a avaliação de conformidade é compulsória. Estão nesse caso  artigos  como bebedouros elétricos, brinquedos, capacetes para motociclistas,  disjuntores, fios e cabos, isqueiros, mamadeiras, pneus reformados, etc. Nesse  caso, os comerciantes poderão ser autuados caso vendam esses itens  sem o selo  do Inmetro. 
 
 
