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Bolsas sobem, e dólar recua para menos de R$ 1,90
Balanços animam investidor; Bovespa sobe 2,2%, e NY, 2,1%
FABRICIO VIEIRA
Com dados mais animadores dos EUA no centro das atenções, as Bolsas de Valores  tiveram fortes altas ontem, rompendo mais alguns patamares pós-crise. No Brasil,  a Bovespa terminou o pregão com ganho de 2,22%, aos 54.249 pontos.
Já o dólar  recuou 0,79% e rompeu o piso de R$ 1,90, o que não ocorria desde setembro,  quando a crise internacional se agravou. A moeda americana fechou vendida a R$  1,889.
Em Wall Street, importantes níveis foram alcançados: o índice Dow  Jones, formado por 30 das ações de maior liquidez dos EUA, ganhou 2,12% e  superou os 9.000 pontos, o que não ocorria desde o início do ano.
Os 9.069  pontos registrados ontem representaram o maior nível desde o início de novembro.  A Bolsa eletrônica Nasdaq, referência do setor de alta tecnologia, subiu  2,45%.
Balanços trimestrais positivamente surpreendentes motivaram os  investidores a comprarem ações. A Ford americana foi uma das empresas que  animaram os negócios com seu lucro de US$ 2,3 bilhões -a ação da montadora subiu  9,4%.
O setor automobilístico tem sido um dos grandes prejudicados na atual  crise. Outras empresas, como a gigante das telecomunicações AT&T e a 3M,  ajudaram a dar o tom positivo do mercado ontem.
Dados como o que mostrou  aumento na venda de imóveis residenciais usados, que subiu 3,6% em junho,  favoreceram o ânimo do mercado.
O ritmo na Europa não foi diferente: a Bolsa  de Frankfurt ganhou 2,45%, e a de Londres teve valorização de 1,47%.
O  cenário menos hostil no exterior tem ajudado na retomada do apetite do  investidor estrangeiro por papéis de companhias brasileiras. No mês, até o dia  20, o saldo das operações feitas com capital externo está positivo em R$ 232,5  milhões.
Isso significa que os estrangeiros mais compraram que venderam ações  nesse montante. Até a segunda semana do mês, o balanço estava negativo em R$  2,14 bilhões.
Devido ao peso cada vez maior que os estrangeiros têm no  mercado brasileiro, a virada no balanço do segmento tem dado fôlego para a Bolsa  paulista. Tanto que no mês o índice Ibovespa (que agrupa as 64 ações de maior  liquidez) registra valorização de 5,41%. No ano, a alta acumulada alcança  44,47%. Se o ano acabasse agora, apenas o resultado de 2003, quando a Bolsa  subiu 97,3%, teria sido melhor nesta década.
Já o dólar, após a depreciação  de ontem, passou a registrar baixa de 19% no ano.
"O fluxo positivo de  recursos que entram no país, além da valorização das principais moedas ante o  dólar, tem favorecido a apreciação do real. E as compras por parte do Banco  Central não têm sido suficientes para manter o equilíbrio nas taxas cambiais",  diz Mário Battistel, diretor da corretora  Fair.
Juros
No primeiro pregão após o novo corte de  juros pelo Banco Central, as ações das empresas de construção foram o destaque.  Na lista das maiores altas da Bolsa, estão Gafisa ON (7,85%) e Rossi Residencial  ON (3,98%).
No pregão da BM&F, os juros futuros nos contratos com  vencimento mais longos subiram depois do que para muitos analistas foi a última  redução da Selic (de 9,25% para 8,75%) por um bom tempo.
No contrato de juros  que vence em 18 meses, a taxa foi de 9,73% para 9,89%. Para o vencimento de  janeiro de 2012, a taxa projetada foi de 10,84% para 10,99% anuais.
