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Problema é informalidade, afirmam empresas
"Só a fiscalização permanente pode ajudar a reduzir os acidentes."
O SindusCon-SP (reúne a indústria da construção) avalia que o principal entrave  para combater os acidentes de trabalho ainda é a informalidade.
"Em relação  aos acidentes, as empresas regularizadas pagam o ônus da informalidade. Nossas  obras são fiscalizadas, mas e as informais?", questiona o vice-presidente de  Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa.
A principal causa  das mortes, segundo diz, ainda é o uso de andaimes inadequados e a falta de  consultorias e técnicos especializados em escavação, contenção e fundações em  obras informais. "Só a fiscalização permanente pode ajudar a reduzir os  acidentes." No Estado de São Paulo, são 30 fiscais para verificar todas as obras  em andamento -14 atuam na capital.
Desde 1995, a indústria da construção  discute, em uma comissão permanente nacional, formada por empregadores,  trabalhadores e governo, medidas para aperfeiçoar as normas e leis de segurança  e saúde na tentativa de evitar acidentes de trabalho. No Estado, onde 620 mil  empregados registrados, existem sete comissões regionais com a mesma  finalidade.
Ishikawa afirma que o setor ainda tem elevado índice de  acidentes, mas já houve redução "considerável" em relação ao início dos  trabalhos da comissão. Em 1997, segundo dados do Ministério do Trabalho, 32  operários morreram em obras da capital. No ano passado, foram 15. Na capital,  são 260 mil operários registrados.
O aumento de acidentes verificados de  janeiro a junho deste ano -foram 12 nas obras da capital ante 9 em igual período  de 2008- pode estar relacionado, segundo diz, ao crescimento do setor e do  número de obras. "Pode ainda ser por problemas de pressão com cronogramas  atrasados, por um ritmo mais intenso de trabalho, ou por fatalidade. O  importante é investigar as causas e combatê-las."
Sobre a terceirização dos  serviços (apontada por especialistas como responsável por piorar as condições de  trabalho sem dar garantia aos operários), o empresário diz que a contratação de  prestadoras serviços é uma "realidade" na construção. "Mas o SindusCon-SP não  compactua com a terceirização da terceirização. Nos acordos assinados com os  trabalhadores, há cláusulas específicas que defendem os direitos dos  terceirizados", diz.
Desde 2008, o Ministério da Previdência discute medidas  para reduzir acidentes e doenças na construção. "Além de aperfeiçoar a NR-18  (principal norma regulamentadora do setor), a fiscalização será intensificada em  13 Estados. São Paulo é um deles", diz Remígio Todeschini, da Previdência.
