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INSS começa a redistribuir a sua folha de pagamento
Apenas 10 instituições (4 delas públicas) participam da primeira etapa do leilão
Seis bancos arremataram ontem a folha de pagamento das aposentadorias e  pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em 18 Estados e no  Distrito Federal. Com isso, a partir do ano que vem essas instituições serão  responsáveis pelo pagamento dos novos benefícios emitidos pela Previdência  nessas localidades.
Os vencedores foram Bradesco, Mercantil, Itaú Unibanco,  Santander, Banrisul e Caixa Econômica Federal. Na disputa, que continuará hoje  para a venda da folha nos oitos Estados restantes, as instituições com  estratégia mais agressiva foram o Bradesco e o Mercantil, que levaram cada uma 5  lotes dos 18 leiloados ontem.
Segundo os preços cotados, o governo deverá  receber no primeiro mês das novas concessões um valor estimado de R$ 520 mil  -resultado relativo aos Estados já leiloados. À medida que se concederem novos  benefícios, esse valor aumentará.
Antecedido por incertezas e clima de  apreensão no governo, o leilão contou com a participação de apenas dez bancos,  sendo quatro deles públicos.
Atualmente 21 instituições fazem o pagamento de  26,6 milhões de aposentadorias, pensões e outros benefícios do INSS. Para esses  segurados, nada muda, pois o leilão da folha abrange apenas os benefícios  emitidos a partir de 2010.
Temendo o fracasso do leilão devido à forte  resistência das instituições, o governo intensificou nos últimos dias a pressão  sobre os bancos. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson  Machado, ligou pessoalmente para os presidentes dos principais bancos privados,  entre eles Bradesco, Santander, HSBC e Itaú.
Os bancos privados estavam  decididos a não entrar na disputa e bombardearam a realização do leilão.  Trabalharam nos bastidores dizendo que era um péssimo negócio, especialmente  porque em 2012 valerá a nova regra da conta-salário para todos os  trabalhadores.
Isso permitirá que qualquer banco possa "tomar" o cliente do  outro. Outro motivo para a pouca atratividade do leilão, argumentavam os bancos,  era a renda média dos beneficiários da Previdência, que é considerada baixa,  dificultando a oferta de produtos bancários.
Às vésperas do pregão, o governo  chegou a cogitar um adiamento. Mas decidiu pagar para ver e apostou que a  entrada dos bancos federais na disputa atrairia o restante do mercado para o  leilão. Ontem, BB, Caixa e Banco da Amazônia demonstraram claramente pouco  interesse em levar os lotes.
Apenas a Caixa arrematou um lote. O quarto banco  público a participar foi o Banrisul, que arrematou os dois lotes do RS.
Com  base no preço do leilão, o governo pretende precificar a atual folha de  pagamento do INSS e passar a cobrar dos bancos por esse ativo. Desde 2007, a  Previdência deixou de pagar a rede bancária pelo serviço.
