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Financiamento de imóvel cresce 29%
Os empréstimos somaram R$ 8 bilhões no período.
Chiara Quintão
O financiamento da casa própria com dinheiro da poupança cresceu 29% no primeiro semestre, ante igual período do ano passado, informou ontem a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Os empréstimos somaram R$ 8 bilhões no período. O número de unidades financiadas caiu 2,57%, para 125,136 mil.
O financiamento de construções caiu 24% ante o primeiro  semestre de 2008, quando a economia ainda não havia sido afetada pela crise  mundial, e somaram R$ 5,6 bilhões. No total, os empréstimos para o setor com  recursos da poupança somaram R$ 13,605 bilhões, um crescimento de 5% ante 2008.  
Em junho, foram financiados R$ 2,976 bilhões com recursos da poupança,  uma queda de 6,78% em relação a junho de 2008 e aumento de 24,7% ante maio.  Conforme a Abecip, foi o melhor resultado mensal de 2009. Em junho, foram  financiadas 25.840 unidades, 20,6% menos que no mesmo mês de 2008 e aumento de  24,1% ante maio. 
Segundo o presidente da Abecip, Luiz Antonio França, o  crédito imobiliário com recursos da poupança deve somar no mínimo R$ 30 bilhões  este ano. A projeção representa estabilidade em relação aos R$ 30,032 bilhões do  ano passado.
"Nossa expectativa é conservadora", disse França,  acrescentando que a perspectiva é que os financiamentos no segundo semestre  fiquem perto dos R$ 17 bilhões da segunda metade de 2008. O número de unidades  financiadas deve superar 300 mil, ante 299.685 no ano passado.
Segundo  ele, a estimativa para 2009 só está sendo divulgada agora porque "no primeiro  semestre era muito difícil fazer projeções". França disse que, se incluídos os  R$ 15 bilhões previstos no orçamento do FGTS, o crédito imobiliário chegará a R$  45 bilhões este ano. Em 2008, incluindo R$ 10 bilhões do FGTS, foram concedidos  R$ 40 bilhões em financiamento  imobiliário.
INADIMPLÊNCIA
Não se pode afirmar  que está havendo migração das aplicações de renda fixa para a poupança,  principal fonte de recursos do crédito imobiliário, disse França. Segundo ele,  até julho, enquanto o saldo de poupança cresceu 7,4%, os fundos cresceram 15,5%,  os CDBs, 4%, e os depósitos à vista caíram 13,1%.
Em julho, o Sistema  Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) respondia por 11% das captações,  enquanto os fundos detinham 57%, os CDBs, 24%, depósitos à vista, 5%, e poupança  rural, 3%. Para efeito de comparação, França citou que em dezembro de 2007 a  participação do SBPE era a mesma de hoje e, em dezembro de 2000, de  18%.
França informou ainda que a inadimplência do SBPE, medida pelo  porcentual de mutuários com mais de três prestações em atraso nos contratos  firmados após 1998, era de 2,96% em junho, ante 3,07% no ano passado e 12,02% em  2000. Considerando somente os contratos com alienação fiduciária, a taxa cai  para 1,19% em junho deste ano.
