Notícias

Comércio e serviços devem abrir 118 mil vagas para fim de ano

Apesar disso, 59% das empresas não devem contratar, especialmente as micro

Pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela a intenção de contratação de mão de obra para o fim do ano. De acordo com o levantamento, o comércio e os serviços devem abrir aproximadamente 118 mil vagas em todo o país, sejam temporárias, efetivas, informais e terceirizadas.

A pesquisa mostra que há uma movimentação significativa no mercado de trabalho sazonal. Um terço das empresas (33%) já contratou ou pretende contratar, sendo que, 20% desse grupo ainda não o fizeram, mas têm a intenção. A maioria, 59%, não deve contratar, especialmente as microempresas com até quatro funcionários.

O aumento da demanda no fim do ano continua sendo o principal motor das contratações no país. Segundo a pesquisa, 47% dos empresários afirmam que precisam reforçar as equipes para dar conta do movimento extra típico da época. Outros 22% citam a reposição de vagas em aberto por causa da alta rotatividade, enquanto 20% enxergam na contratação uma estratégia para elevar a qualidade dos serviços diante da concorrência acirrada.

Entre os que já contrataram ou planejam contratar, metade (50%) deve optar por temporários, com contratos que duram, em média, 2,5 meses – chegando a 2,9 meses nas capitais. Mas a boa notícia é que esse movimento pode se transformar em oportunidade permanente: 47% das empresas pretendem efetivar os profissionais temporários após o período. No total, cada empresa deve abrir, em média, 1,9 vaga neste fim de ano.

A maior parte dos empresários (65%) pretende manter o quadro de funcionários, enquanto 23% planejam aumentar a equipe. Apenas 3% indicam uma possível redução; 53% pretendem contratar funcionários registrados pela empresa, 41% sem carteira assinada e 18% terceirizados. Entre as vagas que serão abertas, a maioria (87%) é para trabalho presencial. As funções mais demandadas são: vendedor 31% (predominantemente no comércio), cabeleireiro (a) (8%), ajudante (6%), manicure (6%), balconista (6%); 24% pretendem iniciar as contratações em outubro (um aumento de 9 p.p.em relação a 2024), 21% em novembro e 15% em setembro.

A remuneração média oferecida será de R$ 1.819,36. Cerca de 39% das empresas pagarão um salário-mínimo (R$ 1.518), e outros 39% oferecerão até dois salários mínimos (R$ 3.036). A jornada de trabalho média é de 7h8min por dia.

O levantamento mostra ainda que mais da metade das empresas que pretendem contratar (56%) oferecem algum tipo de benefício, como vale-transporte (77%), vale-alimentação ou refeição (60%) e participação nos lucros ou comissões (16%).

Mercado de trabalho brasileiro iniciou ano com 1,3 milhão de contratações formais

O mercado de trabalho brasileiro começou 2025 em clima de confiança, impulsionado pela retomada das contratações. Entre janeiro e julho, mais de 1,3 milhão de trabalhadores foram admitidos com carteira assinada, segundo o Novo Caged, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O saldo representa um avanço de 2,8% e reforça a percepção de que o ano abre novas perspectivas para quem busca oportunidades profissionais.

Neste cenário, cerca de 26 estados constataram saldo positivo na geração de empregos, com destaque para São Paulo, que liderou a pesquisa com 390 mil vagas (2,7%), acompanhado por Minas Gerais com 152 mil (3,1%) e Paraná com 102 mil (3,1%).