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RS - Porto Alegre define a implantação da nota fiscal eletrônica
Estimativa da prefeitura é de acréscimo de até R$ 90 milhões na arrecadação anual
A expertise da capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, já utilizada nos  projetos do Camelódromo e do metrô na Capital, também vai garantir a  Porto Alegre a implementação da nota fiscal eletrônica de serviços  (NFS-e). O convênio foi assinado nesta quinta-feira entre as  administrações municipais e deve tirar do papel o projeto, com previsão  de implantação até o final do primeiro semestre do ano que vem e um  aumento na arrecadação de até R$ 25 milhões já em 2012. A partir de  2013, a expectativa é chegar a um acréscimo de R$ 80 milhões a R$ 90  milhões para os cofres.
Com o novo sistema, a prefeitura espera  conferir mais transparência e facilitar as operações, combatendo a  informalidade e aumentando a arrecadação. A otimização é garantida pela  transferência direta dos dados para o sistema da Secretaria Municipal da  Fazenda (SMF). O titular da pasta, Roberto Bertoncini, acredita que a  facilidade vai abrir brecha para grande parte dos 30 mil prestadores de  serviço de Porto Alegre que não emitem a nota de papel. Outra  possibilidade, ainda a ser estudada pelo município, é o abatimento no  IPTU do contribuinte por parte dos serviços contratados. A prática já é  realizada na cidade mineira, onde 90% dos contribuintes já aderiram à  NFS-e em dois anos de funcionamento. "Das mais de 24 mil empresas que  adotaram, 50% o fizeram de forma voluntária", conta o prefeito da Belo  Horizonte, Marcio Araújo de Lacerda.
A Secretaria de Finanças de  Belo Horizonte, por meio da Empresa de Informática e Informação  (Prodabel), deve oferecer assistência técnica constante para a  implantação. O sistema, compartilhado com outros municípios de Minas  Gerais, é pioneiro no País, tendo servido como base para a criação de um  padrão pela Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das  Capitais (Abrasf), e poderá ser partilhado com os demais municípios do  Rio Grande do Sul. Sem base brasileira, conforme o secretário de  Finanças de Belo Horizonte, José Afonso Bicalho Beltrão da Silva, a  prefeitura mineira gastou mais de R$ 10 milhões em três anos de  implantação. Em Porto Alegre, serão aproximadamente R$ 5 milhões, sendo  R$ 2 milhões da transferência da tecnologia e o restante nos  equipamentos.
O diretor-presidente da Procempa, André Imar  Kulczynski, afirma que a empresa está preparada para começar a receber a  estrutura necessária. Conforme o executivo, será feito um espelhamento  dos sistemas entre Belo Horizonte e Porto Alegre, até que a Capital  esteja totalmente adaptada à NFS-e. Bertoncini assegura que a demora na  adoção do procedimento, já existente em prefeituras do interior do  Estado, é explicada pela defasagem tecnológica até então persistente nas  secretarias. 
O prefeito da Capital, José Fortunati, afirma que  não se pode comparar a aplicação da nota eletrônica em municípios  pequenos, onde há poucos estabelecimentos comerciais, à Capital. "Porto  Alegre tem milhares de estabelecimentos e para isso precisamos ter um  sistema confiável. As tentativas feitas anteriormente não mostraram  isso, então postergamos a adoção", explicou.
